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CPMI do 8 de janeiro só deve ser instalada na próxima semana

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access_time17/05/2023 18:21

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro deve ser instalada na terça-feira 2

Polícias Civil e Militar prendem dona de bar por tráfico de drogas em Peixoto de Azevedo

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access_time16/09/2023 13:11

A dona de um bar no município de Peixoto de Azevedo, região norte do Estado, foi presa pela Polícia

Estadão pede aos ministros do STF para controlarem a atuação de Moraes

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access_time25/06/2023 10:01

O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial neste domingo, 25, no qual pede aos ministros do

JUSTIÇA

STF dá 5 dias para AL explicar PEC que aumenta repasse de emendas parlamentares

access_time26/10/2023 18:38

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dias Toffoli, determinou nesta quinta-feira (26) que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso forneça no prazo de cinco dias explicações que deem amparo jurídico à aprovação da emenda constitucional que aumentou de 1% para 2% o percentual do repasse às emendas parlamentares, pagas por indicações de deputados para modalidades de investimentos a serem cumpridas pelo Executivo. “Solicitem-se informações prévias à autoridade requerida para manifestar-se no prazo de 5) dias e, em seguida, abra-se vista, sucessivamente, ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República, para manifestação no prazo de 3 (três) dias cada”, diz trecho do despacho. Após as informações que serão prestadas pela Procuradoria do Legislativo, o ministro José Dias Toffoli julgará o pedido de liminar movido pelo Governo do Estado, para suspensão dos efeitos da lei. A PGE (Procuradoria Geral do Estado) argumenta que o projeto de lei foi aprovado na Assembleia Legislativa com vício de iniciativa. Isso porque a autora da PEC foi a Mesa Diretora, enquanto a competência exclusiva seria do poder Executivo, uma vez que envolve aumento das despesas públicas. Mendes também aponta que o impacto orçamentário para a aplicação imediata do novo percentual para emendas será de R$ 293 milhões, o que desrespeitaria o princípio do planejamento orçamentário “que está previsto na Constituição Federal, o qual determina que esse planejamento tenha início com o Plano Plurianual, seja detalhado na Lei de Diretrizes Orçamentárias e posteriormente executado por meio da Lei Orçamentária Anual”. Pelo texto aprovado pelos deputados, o governo Mauro Mendes terá que reservar R$ 700 milhões para as emendas dos 24 deputados em 2024. A aprovação faz com que o valor das emendas subam de R$ 10,8 milhões para cerca de R$ 28 milhões por deputados.

Israel pede renúncia de secretário-geral da ONU após falas sobre guerra: ‘Desligado da realidade’

access_time25/10/2023 08:30

O Embaixador de Israel na ONU (Organização de Nações Unidas), Gilad Erdan, pediu nesta terça-feira, 24, a renúncia do secretário-geral do órgão, António Guterrez, após suas falas no sobre a guerra no Oriente Médio. “O discurso chocante do Secretário-Geral na reunião do Conselho de Segurança, enquanto foguetes são disparados contra todo Israel, provou conclusivamente, sem qualquer dúvida, que ele está completamente desligado da realidade na nossa região e que ele vê o massacre cometido pelos terroristas nazistas do Hamas de uma forma distorcida e imoral”, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter). “A sua declaração de que ‘os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo’ expressou uma compreensão pelo terrorismo e pelo assassinato. É realmente incompreensível. É verdadeiramente triste que o chefe de uma organização que surgiu após o Holocausto tenha opiniões tão horríveis. Uma tragédia!”, completou. Durante a reunião no Conselho de Segurança. Realizado nesta terça, Guterrez reforçou seu discurso pedindo um cessar-fogo, o que os Estados Unidos e Israel não concorda, alegando que vai dar tempo para o Hamas se fortalecer, alertou que a situação “situação no oriente médio está ficando mais grave a cada minuto” e dividiu a condenação entre Hamas e Israel. Ele lembrou que os ataques do Hamas “não vêm do nada: o povo palestino sofre uma ocupação sufocante há 56 anos; as suas terras são gradualmente devoradas por assentamentos”. No entanto, acrescentou que “as queixas dos palestinos não podem justificar os horríveis ataques do Hamas, tal como esses ataques não podem justificar a punição coletiva do povo palestino”. “Devemos apelar às partes para que respeitem as suas obrigações sob o direito humanitário internacional: garantir que as suas operações militares não afetam os civis, proteger os hospitais civis, proteger as populações civis, respeitar a inviolabilidade dos estabelecimentos da ONU onde estão alojados 600 mil palestinos”, recordou. A fala de Guterrez não agradou nem o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que durante sua fala no Conselho questionou em que mundo Guterrez vivi. “Senhor secretário-geral, em que mundo você vive? Sem dúvida, não é o nosso”, disse Cohen, ao mostrar fotos dos ataques do Hamas contra civis. A guerra no Oriente Médio, que acontece desde o dia 7 de outubro, já deixou 7.191 mortos, sendo 1.400 em Israel e 5.791 em Gaza (incluindo 2.055 crianças), de acordo com as autoridades palestinas. O número de mortos inclui 2.360 crianças e os bombardeios também deixaram 16.297 pessoas feridas, informou o Ministério da Saúde do enclave palestino. Cerca de 220 reféns seguem desaparecidos, sendo um brasileiro. Como o site da Jovem Pan mostrou, duas reféns israelenses, Yocheved Lifshitz e Nurit Cooper, foram libertadas por “razões humanitárias” e após mediação do Egito e do Catar. Elas estavam detidos na Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro, quando o grupo atacou Israel e até a última atualização, elas já estavam em Tel Aviv.

Nove novas vagas e 10 aposentadorias reconfiguram TJ até 2026

access_time16/10/2023 10:43

Nos próximos três anos, ao menos dez desembargadores deverão se aposentar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. É que a legislação brasileira determina a aposentadoria compulsória de servidores aos 75 anos. Além das aposentarias, o Judiciário mato-grossense abriu neste mês nove vagas para desembargadores – passando de 30 para 39 – que devem ser preenchidas ainda neste ano.  A reportagem apurou que três das vagas provinientes das aposentadorias serão preenchidas por juristas do quinto constitucional, sendo dois do Ministério Público Estadual e um da Ordem dos Advogados do Brasil. Do MPE vieram Paulo da Cunha, que deve se aposentar até agosto do ano que vem, e Guiomar Teodoro Borges, que se aposenta em abril de 2025. Já a vaga para um membro da OAB se abrirá com a aposentadoria de Luiz Ferreira da Silva, em junho de 2025. Já as novas vagas abertas neste ano serão distribuidas: sete para juízes de carreira, a serem providas de acordo com os critérios de antiguidade e merecimento. E duas dedicadas ao quinto constitucional, sendo uma para OAB e outra ao MPE. Veja quem se aposenta até 2026 Oriundo do MPE, Paulo da Cunha se aposenta em agosto de 2024 Pedro Sakamoto se aposenta em novembro de 2024 Rondon Bassil Dower Filho se aposenta em fevereiro de 2025 Maria Aparecida Ribeiro se aposenta em maio de 2025 Oriundo da OAB, Luiz Ferreira da Silva se aposenta em junho de 2025 Oriundo do MPE, Guiomar Teodoro Borges se aposenta em abril de 2025 Sebastião Moraes Filho se aposenta em novembro de 2025 Sebastião Barbosa Farias se aposenta em dezembro de 2025 Maria Eurotides Kneip se aposenta em junho de 2026 Juvenal Pereira da Silva se aposenta em julho 2026.

Justiça dá prazo de 15 dias para Denílson e Belo explicarem acordo sobre dívida

access_time06/10/2023 10:28

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o cantor Belo e o ex-jogador Denílson devem se manifestar sobre o acordo para quitação de dívidas entre as partes. A decisão foi tomada pelo juiz Carlo Melfi, da 5ª Vara Cível de São Paulo, no dia 26 de setembro, sendo anexada ao processo no último dia 2. “Esclareça o exequente o pedido formulado, considerando a notícia veiculada por ambas as partes em suas redes sociais, noticiando a realização de acordo para pôr fim ao litígio. Concedo o prazo de 15 dias para manifestação expressa de ambas as partes”, diz a determinação do juiz. O acordo entre Denílson e Belo foi anunciado pelos dois nas redes sociais em agosto. No entanto, desde então, nenhum documento foi anexado ao processo, que corre há mais de 20 anos. A situação começou em 1999, quando Denílson comprou os direitos comerciais do Soweto, grupo liderado por Belo. No entanto, um ano depois, a parceria foi rompida, quando o artista saiu o grupo para iniciar carreira solo. Denílson processou o amigo, alegando quebra de contrato e, em 2004, a Justiça condenou o pagodeiro. O valor atual, com várias correções, ultrapassa R$ 7 milhões. Até o momento, nenhum dos envolvidos se manifestou oficialmente sobre o caso.

STF retoma julgamento que pode criar novo município no nortão

access_time03/10/2023 09:59

Uma ação, cujo julgamento foi retomado na última semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode levar a um novo dimensionamento do território de Mato Grosso elevando a quantidade de municípios para 142. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) de autoria do MDB defende a emancipação do distrito de Boa Esperança do Norte. Se houver a confirmação deste desmembramento, o município de Nova Ubiratã perderá 360 mil hectares do atual território, o que corresponderá a 80% do atual município. Outros 20% serão compostos por uma área que atualmente pertence ao município de Sorriso. O relator da ação é o ministro Luis Roberto Barroso que votou contrário à emancipação do distrito. Inicialmente, o voto foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Carmén Lucia. Poré, houve uma reviravolta por conta da mudança do voto do ministro José Dias Toffoli que após pedir vistas, acompanhou a divergência aberta pelo ministro Gilmar Mendes para ser favorável à criação do novo município. Além de Toffoli e Gilmar, também votou a favor da emancipação do distrito a ex-ministra Rosa Weber, que se aposentou na semana passada. Com isso, o julgamento está empatado. Ainda deverão votar os ministros Cristiano Zanin, Nunes Marques, André Mendonça, Edson Fachin e Luiz Fux. A sessão ocorre no plenário virtual e será encerrada na sexta-feira (6). Ao votar favorável, o ministro Gilmar Mendes destacou que a criação do município de Nova Ubiratã atende a critérios de planejamento. “Destaco, como uma nota final, que, diferentemente do que se observou em boa parte dos casos de criação de municípios na experiência constitucional pós-1988, a pretensão de instalação do Município de Boa Esperança do Norte não aparenta ser irrefletida ou motivada pelo mero intuito de aumento da máquina pública para a criação de novos cargos e a captação de recursos públicos em âmbito local”, afirmou, anteriormente. O ministro ressaltou que o centro urbano do distrito está a mais de 130 quilômetros do centro de Sorriso, o que, segundo ele, “onera desproporcionalmente” os moradores do local. “Não tenho dúvidas que a presente ADPF se afigura como instrumento pertinente e adequado para (…) solucionar a situação de rombuda injustiça a que se encontram submetidos os cidadãos de Boa Esperança do Norte, até o momento privados de direitos políticos fundamentais referentes a uma emancipação que se reveste de todos os requisitos para ser convalidada”, concluiu Gilmar. Boa Esperança do Norte foi desmembrado de Nova Ubiratã e Sorriso por meio de uma lei estadual, a 7.264 de 2000. Porém, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso acatou o pedido feito por Nova Ubiratã e suspendeu a norma. No último parecer encaminhado ao STF, a Assembleia Legislativa defendeu que o tribunal apenas suspendeu a execução concreta da legislação, sem, contudo, declarar sua inconstitucionalidade. A mesa diretora também lembrou que a constitucionalidade da lei foi questionada no Tribunal de Justiça, em outra ação, a qual acabou sendo extinta sem julgamento do mérito. “Logo, dito de outro modo, não se pode desconsiderar que inexiste até o momento declaração em sede de controle abstrato de constitucionalidade acerca da inconstitucionalidade da lei estadual n. 7.264/2000. Destaca-se, nesse contexto, que o projeto de lei de autoria do deputado estadual Nico Baracat, que culminou na lei, tramitou na Assembleia no ano de 1999. O processo seguiu todo o rito necessário, obedecendo inclusive o quórum de votação e aprovação da legislação que criou o município de Boa Esperança do Norte, desmembrando parte dos municípios de Sorriso e Nova Ubiratã”, destacou a Assembleia, na manifestação. Em 2020, o Tribunal Regional Eleitoral autorizou a realização de eleição municipal em Boa Esperança do Norte, que atualmente é distrito e possui cerca de 7 mil habitantes. Posteriormente, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Edson Fachin, concedeu liminar favorável a Nova Ubiratã, suspendendo a criação do município e, consequentemente, a realização da primeira eleição para prefeito e vereadores.

Barroso promete dialogar com liberais, conservadores e 'progressistas'

access_time28/09/2023 17:43

O recém-empossado presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, prometeu uma gestão de diálogo com “liberais, conservadores e progressistas”. De acordo com o ministro, o Brasil precisa superar “antagonismos fabricados” e caminha em direção à pacificação. Em sua fala, Barroso disse que o “sucesso do agronegócio” pode ser conciliado com a proteção ambiental e a atividade da polícia com os direitos humanos. O ministro, em julho deste ano, gerou polêmica ao afirmar que “derrotamos o bolsonarismo”. O juiz do STF participava de uma reunião da União Nacional dos Estudantes e decidiu reagir a uma manifestação contrária à sua presença no local.

Tio que estuprou e matou sobrinha é indiciado por homicídio, ocultação de cadáver e estupro

access_time28/09/2023 15:29

O delegado Getúlio Daniel indiciou José Marcos da Silva Lima, 29 anos, pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável, cometidos contra Yara Salvador Matiello, de apenas 9 anos. O crime aconteceu no dia 20 de setembro, em Terra Nova do Norte. José Marcos era tio da vítima, abusou da confiança da criança e a sequestrou no meio da madrugada, enquanto os pais dela dormiam. Ele a levou até um sítio na região do Rio Batistão, onde a estuprou e a matou com golpes de enxada. Em seguida, enterrou o corpo da menina em uma cova rasa. O indiciamento do bandido foi realizado nesta quinta-feira (28). Ele deve responder pelos crimes de homicídio, com as qualificadoras de asfixia ou meio cruel; dificultando ou impossibilitando a defesa da vítima; feminicídio e contra menor de 14 anos. O documento foi enviado ao Poder Judiciário e será encaminhado até o Ministério Público nos próximos dias. José Marcos está detido desde o dia do crime. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia e confessou o estupro e o homicídio. O bandido alegou que estava sob efeito de drogas. Ele passou por audiência de custódia e o juiz Edson Carlos Wrubel Junior, da Vara Única de Terra Nova do Norte, manteve a prisão. O caso De acordo com a Polícia Civil, os investigadores receberam a informação do desaparecimento da criança durante a manhã do dia 20, quando a mãe procurou a delegacia da cidade. A mulher logo indicou José Marcos como principal suspeito do crime, devido ao contexto de uma mensagem que a menina mandou para a mãe. Ainda de manhã, José Marcos foi até a delegacia e disse que não estava com a sobrinha, nem sabia onde ela poderia estar. Contou também que não esteve em Terra Nova do Norte. Porém, em conversa com o delegado ele confessou o crime e onde tinha enterrado o corpo de Yara. Em depoimento, o bandido ainda afirmou que a menina se mexia enquanto ele a enterrava. Por isso, deu mais golpes de enxada para "confirmar" a morte. O crime chocou o estado.

Por 9 a 2, STF rejeita tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas

access_time21/09/2023 17:35

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria contra o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Em julgamento nesta quinta-feira, 21, os ministros ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia e Gilmar Mendes acompanharam o voto do relator Edson Fachin, confirmando que as terras ocupadas pelas comunidades indígenas devem prevalecer, ainda que não estivessem no local em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. A presidente da Suprema Corte, ministra Rosa Weber, concluiu o julgamento também manifestando seu voto acompanhando Fachin. “Entendo que o que está em discussão é o marco temporal e eu, pessoalmente, e na linha do que todos defendemos afasto a linha do marco temporal, acompanhando na íntegra o brilhantíssimo voto do ministro relator”, disse Weber. O placar foi encerrado em 9 votos contrários e 2 favoráveis ao marco temporal. Além de Fux, Cármen e Gilmar, também acompanharam o relator os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso. Por sua vez, Nunes Marques e André Mendonça foram a favor da tese. Primeiro a votar nesta quinta, Luiz Fux afirmou que “há uma coexistência harmônica da proteção do meio ambiente e a proteção dos indígenas” e que a Constituição Federal prevê a proteção dos indígenas bem como suas terras. “As áreas ocupadas pelos indígenas e aquelas áreas que guardam ainda a vinculação com ancestralidade e tradição dos povos indígenas, ainda que não estejam demarcadas, têm a proteção constitucional. Esse é o meu modo de ver a interpretação teológico sistêmica mais correta da Constituição”, acrescentou. O julgamento do marco temporal é polêmico e alvo de tensões entre o Judiciário e o Legislativo, bem como entre ruralistas e comunidades indígenas. Isso porque parlamentares acusam a Corte de invasão de competências, falam em “atropelos” e preparam uma ofensiva no Senado Federal. A tese afirma que os povos indígenas apenas possuem direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Caso o STF acompanhasse esse entendimento, os povos originários só poderiam reivindicar a posse de áreas que ocupavam até essa data – cenário negado pela Corte.

STF retoma julgamento do marco temporal sob olhar atento do Senado

access_time19/09/2023 20:21

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quarta-feira, 20, o julgamento do recurso extraordinário que discute o marco temporal das terras indígenas. Com repercussão geral reconhecida, o tema é polêmico e alvo de tensões entre o Judiciário e o Legislativo, bem como entre ruralistas e comunidades indígenas. Parlamentares acusam a Corte de invasão de competências, falam em “atropelos” e preparam uma ofensiva no Senado Federal. No STF, o placar marca 4 votos a 2 contra a tese do marco temporal. Isto é: a maioria dos ministros que já se manifestaram entende que o direito à terra pelas comunidades indígenas deve prevalecer, ainda que não estivessem no local em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Até o momento, votaram pela rejeição do texto os ministros Edson Fachin (relator), Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso, enquanto Nunes Marques e André Mendonça defendem que a data da Constituição deve ser fixada como marco temporal da ocupação. Os ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber e Gilmar Mendes ainda vão votar. Enquanto a Suprema Corte se prepara para retomar o julgamento em plenário a partir das 14 horas, com chances reais de formar maioria contra a fixação do marco temporal, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal se reúne às 9h30 desta quarta-feira para votar o parecer do relator, senador Marcos Rogério (PL-RO), ao projeto de lei que caminha no sentido oposto e estabelece a data da promulgação da Constituição como parâmetro de marco temporal. O movimento de lideranças contra a proposta ganhou força após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para criminalizar qualquer porte ou posse de droga – tema também considerado um “atropelo” do STF frente ao Congresso Nacional. A votação do PL do marco temporal faz parte de um pacote de projetos que uma ala do Senado quer levar adiante no Congresso Nacional, em uma espécie de resposta a julgamentos que têm ocorrido na mais alta instância do Judiciário brasileiro. Além da questão envolvendo a demarcação de terras indígenas, líderes da Casa discutem propostas sobre desapropriação de terras, aborto e imposto sindical. O projeto do marco temporal foi aprovado na Câmara dos Deputados no final de maio deste ano, após 15 anos de tramitação. O texto foi aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) em agosto, com a relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), rejeitando dez emendas para alteração no texto. Se aprovada pela CCJ do Senado, a matéria segue para decisão do plenário. O que diz a proposta? Aprovado com 283 votos favoráveis na Câmara, sob regime de urgência e votação “a toque de caixa”, o projeto de lei propõe que, para ser considerada “terra indígena tradicionalmente ocupada”, será necessário comprovar que o local estava habitado pela comunidade indígena em caráter permanente e utilizada para atividades produtivas na data da promulgação da Constituição. Segundo o texto, também será preciso demonstrar que as terras reivindicadas eram necessárias para a reprodução cultural indígena e a preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar. Se não confirmada a habitação do local pretendido para demarcação em 5 de outubro de 1988, fica descaracterizada a ocupação permanente exigida em lei. O projeto também proíbe a ampliação de terras indígenas já demarcadas e declara nulas as demarcações que não atendam aos novos preceitos. Palavra do relator O senador Marcos Rogério defende que o projeto busca garantir segurança jurídica ao campo e às comunidades indígenas. Em entrevista, o parlamentar defendeu que o texto procura explicitar o que já diz a Constituição. “Essa é uma questão que estava resolvida no texto constitucional, a norma me parecia clara. A própria decisão do caso da Raposa Serra do Sol (no Supremo) fixou esse entendimento. Colocou condicionantes na época para aquele caso, que foi o caso de paradigma. Mas recentemente o tema voltou ao Supremo Tribunal Federal e hoje está em julgamento, trazendo novamente inquietação para o campo, insegurança. E com isso pressionou o Congresso Nacional para reafirmar o entendimento”, disse o senador. Para ele, embora o STF, uma vez provocado, submeta o tema a julgamento, cabe ao Parlamento discutir e votar as leis: “Cada um cumprindo o seu papel”, alegou. “O parlamento tem a prerrogativa de legislar, tem a prerrogativa de disciplinar aquilo que entende ser o melhor caminho para o Brasil. Nesse caso, o que o parlamento está fazendo é dar concretude àquilo que está na Constituição Federal, que é estabelecer o marco temporal em 5 de outubro de 1988”, acrescentou.

Selma sobre supostas humilhações a Silval: "Qualquer um com o mínimo de inteligência sabe que é mentira"

access_time18/09/2023 19:15

A ex-juíza Selma Arruda rebateu, em entrevista nesta segunda-feira (18), as acusações feitas pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como "Kakay", que numa entrevista afirmou que a então magistrada obrigou o ex-governador Silval Barbosa a ficar nu em uma sala, antes de prestar depoimentos na Justiça. “Infelizmente tem gente que tem pouca inteligência e não percebe. Mas para as pessoas medianamente inteligentes, fica fácil ver que isso é uma mentira”, declarou Selma. Enquanto juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda foi responsável em decretar a prisão do ex-governador, em setembro de 2015, por fraudes na concessão de incentivos fiscais, o que veio à tona com a Operação Sodoma. Em declaração à página Mynews, Kakay disse que a decisão de Selma em obrigar o ex-governador a ficar nu antes dos depoimentos seria reflexo da arbitrariedade da magistrada, que se comparava ao juiz Sérgio Moro. “Em Mato Grosso tinha uma juíza que falavam que era o Moro [Sérgio Moro] de saia. Ela foi cassada por corrupção em um ano. Eu sei, porque fui advogado de um governador do Estado e ela, antes de ouvi-lo, mandava ele para uma salinha e tirava a roupa dele para humilhá-lo, para quebrar a moral dele antes do depoimento”, afirmou Kakay. A reportagem, Selma explicou que nunca viu o criminalista em sala de audiência antes. Além disso, questionou porque o advogado não tomou nenhuma atitude contra ela, se tal conduta realmente tivesse sido verídica. "Eu não sei porque essa criatura resolveu colocar meu nome no meio das bobagens que ele falou. Ele se diz ser advogado do Silval, mas eu sinceramente nunca nem vi essa criatura na minha frente”, disse. “Essa história de dizer que eu deixava a pessoa nua em uma sala antes da audiência, eu gostaria que ele, se fosse advogado, tivesse tomado alguma providência na época. Ele se diz tão poderoso, eficiente, que vai até de bermuda no STF, manda e desmanda, e aí vem com essa conversa anos depois?”, emendou. Selma ainda destacou que não tinha qualquer contato com Silval antes das oitivas, que eram acompanhadas por toda a imprensa. "Ele era escoltado pelo sistema penitenciário e levado direto ao plenário. Não existia nenhuma 'salinha'", explicou. Por fim, Selma destacou que se orgulha de sua carreira na magistratura, e que até hoje prefere ser comparada ao ex-juiz Sérgio Moro, do que ter recebido qualquer tipo de elogio de Kakay. "Ele estava querendo ofender o Moro, lembrou de mim, né. Mas eu prefiro ser comparada ao Moro mil vezes, do que ser elogiada por um canalha desses. Com certeza, que se ele tivesse me elogiado, eu estaria preocupada. (...) Me orgulho do meu trabalho. Posso ter errado alguma vez, cometido alguma injustiça, porque sou humana, mas durante toda minha profissão tentei ser a mais correta possível."