61 bebês morreram em 2022/2023 e prefeito disse que “Criança morre em todo lugar”
De 2022 até os primeiros quatro meses deste ano 61 óbitos infantis ocorreram em hospitais de Sinop. O número é o maior da série histórica do Datasus, sistema de dados do Ministério da Saúde, e coloca o município do norte de Mato Grosso em um patamar de mortalidade infantil pior do que nos anos 90.
A reportagem do Midiajur ouviu especialistas e profissionais da área para tentar entender o que explica esse recorde nefasto no município. Em 2022, segundo um relatório enviado pela própria prefeitura de Sinop, 50 crianças morreram no município.
O maior número desde 1996, último ano disponível no Datasus. A mortalidade infantil só apresentou números semelhantes em Sinop nos anos 90: em 1999 houve o registro de 43 mortes, ainda menor do que o verificado em 2022.
Em 2023, a taxa de mortalidade infantil em Sinop foi de 14,14 óbitos entre menores de 1 ano de idade para cada 100 mil nascidos vivos. No Brasil, a taxa é de 11,9 óbitos, de acordo com dados mais recentes do Cenário da Infância e Adolescência no Brasil em 2023.
No primeiros quatro meses de 2023 o problema continuou: foram 11 óbitos infantis registrados, segundo a prefeitura. Em muitos casos, crianças morreram esperando por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi o que aconteceu com Lavínia Martins Ribeiro, Bruna Tigre da Silva e Manoella Tecchio, algumas das crianças que morreram nos últimos meses.
De janeiro a agosto foram noticiadas 5 mortes na imprensa mato-grossense e a razão é a mesma para todos os casos relatados: falta de UTI prejudicou o quadro de saúde das crianças, que necessitavam de tratamento específico.
Prefeitura não quer falar sobre o assunto
A reportagem do Midiajur entrou em contato com a prefeitura de Sinop para entender melhor as razões dos óbitos infantis do município e encontrar explicações sobre o caso. Nenhuma manifestação foi enviada até o fechamento desta reportagem.
Das poucas vezes em que foi questionado sobre o assunto, o prefeito Roberto Dorner (Republicanos) tergiversou ou preferiu não comentar. Eum dos espiódios, repercutiu mal a fala do prefeito sobre o assunto quando disse que “morre [crianças] em todo lugar”
Em outro momento, Dorner xingou jornalistas. O caso aconteceu em março deste ano, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Por: redacao@oterritorio.com.br